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Projeto TV 3.0: entenda as principais diferenças do padrão atual para a nova experiência de TV digital aberta

Por Raymundo Barros, presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre

A televisão digital aberta brasileira está próxima de atingir um marco significativo com a chegada iminente da TV 3.0 nos próximos anos, um avanço importante que trará mudanças substanciais em relação ao atual padrão, a TV 2.0.

A primeira e mais evidente mudança é a conectividade aprimorada, a união entre a TV como a conhecemos com elementos do streaming e dispositivos móveis. Não se trata apenas de assistir à televisão em um dispositivo tradicional. A integração destes dispositivos e a capacidade de personalizar a experiência televisiva por meio de inteligência artificial, algoritmos e aplicativos específicos tornará a TV mais acessível e adaptada aos estilos de vida modernos.

Uma grande novidade será a introdução da interatividade. Enquanto a TV atual coloca os telespectadores como meros observadores, a TV 3.0 os coloca no centro da ação, com a possibilidade de personalização de conteúdo. O espectador irá participar ainda mais nessa nova era da televisão. As interações em redes sociais, comentários e enquetes com programas e a capacidade de influenciar o desenvolvimento de eventos televisivos são apenas algumas das emocionantes possibilidades que a interatividade oferece. A programação não irá pertencer somente à grade linear, mas trará a riqueza de conteúdo e acessibilidade que experimentamos nas plataformas de streaming, sendo moldado por meio das preferências de cada um.

Outro grande avanço é a evolução de imagem e áudio imersivo. Com a TV 3.0, entramos em uma era de resolução Ultra HD (UHD), uma experiência visual mais rica e envolvente. Maior gama de cores, mais vibrantes e detalhes bem mais nítidos. O som imersivo, com mais canais de áudio, permitindo uma ambientação sonora personalizada e com muito mais espaço, transformarão a maneira como vivenciamos o conteúdo televisivo, proporcionando um salto notável em relação à experiência televisiva e realismo.

A inteligência artificial terá um papel muito mais importante do que somente a recomendação de conteúdo. Ela irá não só impactar como assistimos TV, mas fará parte desde o apoio aos processos de produção, geração e roteirização; até nas campanhas publicitárias com mais métricas, mais dados e insights para atuar sem competir com a experiência do usuário.

No campo da publicidade, a TV 3.0 irá redefinir as estratégias. Anunciantes poderão direcionar suas mensagens de forma mais precisa, aproveitando a personalização oferecida pela nova tecnologia. A publicidade deixa de ser impertinente, tornando-se mais relevante para os espectadores e, consequentemente, mais eficaz.

Essas transformações representam uma mudança sísmica na maneira como produzimos e consumimos entretenimento. Em suma, comparando com o padrão atual, a TV 3.0 se destaca por uma qualidade de imagem excepcional, interatividade total, conectividade aprimorada e publicidade personalizada e de performance. Estamos no limiar de uma nova era na experiência televisiva brasileira, onde não somente a tecnologia avança, mas também a forma como nos relacionamos com o entretenimento digital. Este avanço não apenas transformará a forma como nos relacionamos com a TV, como abrirá portas para novas possibilidades e oportunidades no vasto cenário do entretenimento digital. Estamos prestes a testemunhar uma revolução que moldará o futuro da televisão no Brasil, inserindo-a definitivamente na economia digital.