27 jun Florianópolis inicia regressiva para chegada da TV digital
A campanha de desligamento da TV analógica na Grande Florianópolis foi lançada na última semana pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Catarinense de Rádio e Televisão (Acaert) e Seja Digital.
A partir de 31 de janeiro de 2018, os moradores da capital catarinense, mais São José, Palhoça, Biguaçu e Paulo Lopes, vão ter a transmissão do sinal analógico desligada. Ao todo, 358,2 mil residências devem realizar a conversão para o digital, sendo que 43 mil delas têm direito aos kits digitais (composto por antena, conversor e controle remoto) oferecidos gratuitamente, a partir de outubro deste ano, a beneficiários de programas sociais do Governo Federal.
Antes da mudança definitiva do sinal, três etapas são realizadas: a informação, a compreensão e o alerta. Para disseminar a informação, foi criado o Manual da Comunicação Obrigatória, que todas as emissoras devem seguir para que a população saiba da mudança.
Além da tarja na parte inferior da tela – que já aparece nos televisores com sinal analógico para alertar sobre a mudança –, nos próximos meses os moradores da Grande Florianópolis vão perceber outras ações da campanha na TV aberta. O objetivo é que pelo menos 93% da população usem o sinal digital até 31 de janeiro do próximo ano, para que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações autorize o desligamento do sinal.
Essa é a primeira etapa de migração do analógico para o digital em Santa Catarina. No dia 5 de dezembro de 2018, será a vez de cidades das regiões de Blumenau, Joinville e Jaraguá do Sul. No restante dos municípios catarinenses, o desligamento está previsto para 31 de dezembro de 2023.
João Evaristo Debiasi, secretário de Comunicação do estado, que representou o governador Raimundo Colombo no evento, afirmou que Santa Catarina está de braços abertos para esse tipo de inovação.
Paulo Tonet Camargo, presidente da Abert, explicou que uma das preocupações com o desligamento do sinal digital era a queda na audiência, que chegou a 25% em outros países, mas isso não tem se mostrado um problema para o Brasil. “Nas cidades que já realizaram a mudança, tivemos aumento na audiência e na cobertura. Isso faz com que a população mais pobre, que muitas vezes tem a TV aberta como única forma de entretenimento, tenha mais acesso e com maior qualidade. Países da América Latina têm se espelhado neste procedimento que estamos realizando”, afirma.
Já André Dias, diretor de Projetos Especiais da Rede Globo e membro do Fórum SBTVD, explica que também serão realizadas ações voluntárias para ajudar a população a instalar o kit digital ou sintonizar os canais. Um dos projetos é a Patrulha Digital que, em parceria com o Senai, capacitou mais de 100 mil alunos voluntários em todo o Brasil para circularem pelas cidades e auxiliarem os moradores, sendo multiplicadores da mudança. “Essa transição é uma mudança completa para as pessoas que até hoje só utilizaram uma TV analógica. Mesmo um aparelho antigo, que funciona com qualidade muito ruim, vai receber o sinal com o conversor”.