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Criação do SBTVD completa dez anos

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A criação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) completa dez anos nesta quinta-feira (30). A publicação do Decreto 5.820/06  estabeleceu as diretrizes para a migração do sinal analógico para o digital, que permite à população receber uma programação com melhor qualidade de imagem e som, sem interferências como chuviscos ou fantasmas. A televisão é o meio de comunicação mais popular do país, presente em 97% dos lares, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vantagens do sinal digital incluem também a capacidade de ser assistida em dispositivos móveis; a multiprogramação, que comporta a transmissão de diferentes programações em um mesmo canal; e a possibilidade de interatividade por meio do Ginga, o middleware nacional para a troca de dados diretamente pelo televisor.

A discussão sobre a tecnologia começou em 1994 e envolveu governo, emissoras, empresas e universidades. O padrão implantado no Brasil foi o nipo-brasileiro (ISDB-T), uma adaptação da tecnologia japonesa a particularidades do território nacional. Atualmente, o sistema é adotado em 18 nações. Além de Brasil e Japão escolheram o ISDB-T Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Filipinas, Bolívia, Uruguai, Maldivas, Botsuana, Guatemala, Honduras, Sri Lanka e Nicarágua.

O gestor do projeto de implantação da TV Digital no país, William Zambelli, afirma que, na América do Sul, o Brasil foi a primeira nação a começar o desligamento do sinal analógico de TV. A ação começou por Rio Verde (GO), no dia 1º de março. No mundo, 60 países já completaram esse processo.

“Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT) são 60 países que fizeram o desligamento completo, 59 estão em fase de transição, 19 definiram o padrão, mas não começaram o processo e 70 ainda não decidiram a tecnologia que vão utilizar”, elencou.

 

Aos poucos

Para garantir a cobertura do sinal para a toda a população, foram adotadas, desde 2006, medidas como a consignação de canais para as emissoras transmitirem os sinais analógico e digital ao mesmo tempo; o estabelecimento, em 2011, de um Processo Produtivo Básico (PPB) para a produção de televisores de tela plana com conversor digital embutido; e, mais recentemente, a distribuição de kits de antena e conversores digitais para os beneficiários do Bolsa Família. Os aparelhos permitem que os televisores de tubo também recebam o novo sinal.

“Se a gente fosse seguir a verão inicial do Decreto 5.820/06, nós iríamos desligar o sinal analógico em todo o Brasil hoje, dia 30. Mas, em 2013, depois de diversas pesquisas e estudos internacionais, foi decidida a alteração do cronograma de forma escalonada, já que não seria viável encerrar o sinal em uma única data devido à extensão territorial e diversidades do País”, afirma Zambelli.

 

A programação

Hoje, o calendário prevê até 2018 o desligamento das capitais, regiões metropolitanas e cidades em que seja necessário liberar a frequência usada pela TV analógica para a implantação da quarta geração da telefonia móvel, o 4G, na faixa de 700 MHz. Essa frequência foi leiloada em 2014 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Atualmente, o 4G já está prestado na faixa de 2,5 GHz.

A próxima cidade no calendário de desligamento é Brasília, contando com mais nove municípios do Entorno do DF, em 26 de outubro. Confira o cronograma de desligamento aqui.